quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Crítica da Série: Weeds (2005)




Olá amigos, aqui vai mais uma crítica, dessa vez um seriado que estou assistindo e que recomendo bastante: Weeds, de Jenji Kohan. É a primeira análise de um seriado, por isso vou tentar não revelar coisas bastante comprometedoras sobre o desenrolar da trama, espero que gostem.

Weeds é uma série de TV, do gênero drama com alguns elementos de comédia, exibida pelo canal Showtime de 2005 até 2012, possui 8 temporadas com episódios de 30 minutos. A série conta a história de Nancy Botwin(Mary-Louise Parker) uma mulher de meia-idade que após a morte do marido começa a traficar maconha para manter o padrão de vida da sua família. Nancy possui dois filhos, Silas(Hunter Parrish) de 16 anos e Shane(Alexander Gould) de 12 anos. A trama começa a se desenrolar com a crescente ambição de Nancy e os conflitos e intrigas tanto familiares, quanto na cidade de Agrestic, cidade fictícia que demonstra os subúrbios de alto padrão americanos. Com o passar da trama, Nancy vai se desenvolvendo e crescendo no mundo do crime, fazendo com que sua relação com suas pessoas mais próximas se tornem problemáticas e até insanas.

Se existe uma palavra que possa definir Weeds em toda a sua essência é Hipocrisia. Todos os personagens da série são grandes hipócritas: A mãe que luta contra as drogas é traficante, o vereador que prega o bom comportamento é viciado em entorpecentes, o próprio conceito da cidade fictícia é hipócrita, pois mostra para os cidadãos uma cidade segura e livre, quando na realidade é uma cidade consumida pelo interesse e pela ganância. A série por muitas vezes tem elementos de comédia muito fortes, especialmente nas primeiras temporadas, porém com o desenrolar da trama a comédia dá lugar a cenas extremamente dramáticas e bem trabalhadas, destaque para Mary que atua de forma espetacular. Os conflitos familiares passam cada vez mais a serem intensos, passando de uma família bem estruturada para uma completamente desequilibrada.

Weeds se assemelha bastante à Breaking Bad, série bastante consagrada e conhecida. Porém existem diferenças singulares que na minha opinião são mais impactantes do que Breaking Bad e que tornam Weeds uma série única. Outro fator importante a ser ressaltado é a continuidade das ações dos personagens, em Weeds pequenas ações dos personagens podem ter consequências bastante graves e que normalmente alteram o psicológico dos personagens. A atuação dos personagens principais é esplêndida e cada um tem seu devido carisma, tanto por amor quanto por ódio ao personagem. A transformação de personalidade dos protagonistas é talvez o ponto mais alto de todo o seriado, mesmo as suas essências sendo preservadas.

Os efeitos de som são muito bem colocados no seriado, a trilha sonora é original e muito boa. Pouco se tem efeitos especiais no seriado, por ter o objetivo de se aproximar com a realidade. A ambientação e a fotografia são muito bonitas. Weeds foi indicado e venceu diversos prêmios, alguns bastante consagrados como o Globo de Ouro e o Emmy. Weeds é um seriado engraçado, divertido, mas ao mesmo tempo bastante impactante, dramático e com grandes atuações.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Crítica: Trapaça (2013)


Olá amigos, como prometido aqui está a segunda crítica sobre um dos filmes indicados ao prêmio Oscar de 2014, o filme da vez é o tão aclamado pela crítica e indicado à 10 categorias no Oscar, Trapaça, de David O. Russel.

Trapaça tem uma temática parecida com O Lobo de Wall Street, ambos tratam de crimes financeiros e de pessoas ganânciosas. O enredo começa com a apresentação dos protagonistas Irving Rosenfeld(Christian Bale) e Sydney Prosser(Amy Adams), dois trapaçeiros que se conhecem em uma festa e se apaixonam. A partir desse acontecimento, os dois começam a praticar crimes de colarinho branco tendo uma alta porcentagem de lucro. Até que Richard DiMaso(Bradley Cooper), um agente de FBI consegue interceptá-los e prendê-los. Richard sente uma forte atração por Sydney e reconhece tanto o seu talento quanto o de Irving, assim o agente faz um acordo que com 4 prisões realizadas com o auxilio dos dois eles conseguiriam a liberdade. O problema é que Irving já tinha uma vida construída com sua esposa Rosalyn Rosenfeld(Jennifer Lawrence) e ela pode atrapalhar seus planos para conseguir sua liberdade e a de Sydney.

A palavra chave que envolve o filme todo é o seu título, Trapaça. Todos os personagens do enredo buscam formas de se sobrepor ao outro trapaceando. O filme tem bastante cenas em que um personagem tenta trapacear o outro, por meio de golpes, chantagens e até ameaças. Por isso, os personagens no filme são muito bem construídos, principalmente Irving, suas atitudes são a chave para a compreensão de todo o desenrolar da trama. Russel criou um filme em que o foco está na complexidade de entendimento de cada personagem, e que foi muito bem representado pela grande atuação dos protagonistas, em destaque para a personagem de Jennifer Lawrence, que aparece pouco no filme, porém rouba a cena toda vez que aparece.

O tema principal de Trapaça é a ganância, ganância por querer ter o amor de uma mulher, ganância por puro consumismo, ganância para tornar uma cidade melhor, ganância para ter sucesso no trabalho. Todos esses temas são apresentados no filme e as cenas que envolvem eles são espetaculares.O filme tem um enredo bastante inteligente e um desenrolar magnifico, porém por se preocupar tanto com o psicológico dos personagens, acaba perdendo o foco da história, na qual poderia ser muito bem mais trabalhada e explorada, na minha opinião.

A trilha sonora não é original, mas é impecável, realmente digna de Oscar. Os efeitos visuais são quase inexistentes, já que se trata de um filme com uma temática real. A fotografia é bem trabalhada e o figurino é espetacular. O monólogo de Irving assim como o monólogo de Jordan no Lobo de Wall Street é uma das partes fortes do filme, apesar de não durar todo o tempo de filme diferentemente do filme de Scorsese. Trapaça é um ótimo filme, com atuações excelentes e um grande enredo, porém não consegue ficar no mesmo nível que o filme de Scorsese, existem muitos detalhes que deveriam ser melhor trabalhados na história, além disso o filme foi muito superestimado na minha opinião, 10 indicações ao Oscar é demais para um filme tão pouco ousado. Mesmo assim, continua sendo um grande filme, um dos favoritos pela academia e a afirmação de Russel como um dos grandes diretores da atualidade. 

Crítica: O Lobo de Wall Street (2013)


Olá amigos, desculpem a demora para postar uma nova crítica, compensarei vocês fazendo duas críticas de filme, espero que gostem delas. Aqui está mais uma de um filme que assisti recentemente e que está concorrendo em 5 categorias ao prêmio Oscar de 2014, o filme é O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese.

O Lobo de Wall Street é uma cinebiografia, e conta a história de Jordan Belfort, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos na década de 90 e sua vida bastante polêmica de excessos, extravagâncias e loucuras. No filme, Belfort é interpretado pelo grandioso Leonardo Dicaprio e vai desde seu começo como um simples corretor de Wall Street até se tornar um dos homens mais ricos e poderosos do país por meio de crimes financeiros. Além da vida profissional, o filme também é focado em sua vida pessoal e mostra um homem ganancioso, viciado em sexo e em drogas, sem limites para suas pretensões.


Scorsese vai além de tudo o que já fez anteriormente, o Lobo de Wall Street sem dúvidas é seu filme mais ousado. Ousado por ser polêmico demais, e mostrar excessos de mais, porém essa é a chave do filme, é isso o fator que torna ele uma obra prima. Além disso, o filme tem uma mistura completamente insana entre a tragédia e a comédia, ou seja, existem cenas bastante engraçadas que ao mesmo tempo são trágicas e tensas, o humor negro no filme é gritante e ao mesmo tempo que a situação é engraçada, ela é deplorável. Um exemplo são as cenas do abuso de drogas por parte de Belfort e seus amigos, onde chegam ao ponto de serem situações humilhantes para todos.


As relações de Belfort também são salientadas no filme, ele é um homem com um dilema: Ama a esposa, os filhos e os amigos, porém ao mesmo tempo, ama o dinheiro e o poder. Esse choque de relações são por muitas vezes apresentadas no filme, tornando as saídas apresentadas por Belfort tanto gêniais quanto absurdas. Dicaprio faz uma atuação impecável, na minha opinião, sua melhor atuação em conjunto com O Aviador(2004), filme também cine biográfico. Belfort é o espelho de muitas celebridades nos dias de hoje, que conseguem dinheiro e poder de uma forma tão rápida e grandiosa, que acabam criando um novo mundo de excessos, principalmente em drogas e em sexo.


A trilha sonora do filme é impecável mesmo não sendo original, a fotografia é muito bem feita pois existem muitas cenas pornográficas que são muito bem retratadas. Os efeitos especiais são muito bons apesar da história ser uma biografia. O monólogo do próprio Jordan é algo excepcional, pois ele é o próprio narrador da sua vida. O Lobo de Wall Street é com certeza a melhor cinebiografia que já assisti, e também um dos melhores filmes. Ele foi indicado à 5 categorias, incluindo de melhor filme, melhor direção para Scorsese e melhor atuação para Dicaprio. Categorias que na minha opinião já estarão vencidas, pois o filme é completamente digno da vitória.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Crítica: V de Vingança (2005)


Olá amigos, hoje trago mais um grande filme para ser analisado: V de Vingança, de James McTeigue, porém com o roteiro baseado no HQ com o mesmo nome do filme, de Alan Moore. Particularmente é um dos filmes com que mais me indicifico por seu teor político e pela sua mensagem como ferramenta de combate à regimes autoritários no mundo inteiro e em minha opinião, já pode ser considerado um clássico por seu conteúdo que é atemporal.

5 de novembro de 1605, o dia que foi planejado o maior atentado terrorista da história contra a Inglaterra. O homem que iria explodir o parlamento era um soldado experiente chamado Guy Fawkes. Sua missão era simples: Matar o Rei governante e destruir o parlamento inglês, assim se concretizando os ideais da chamada Conspiração da Pólvora. Infelizmente, seus planos foram descobertos e Fawkes foi condenado a forca, mesmo morto seus ideais continuariam vivos no povo da Inglaterra, e por toda história inglesa esse dia foi lembrado como símbolo de luta contra a opressão.


415 anos se passaram desde a Conspiração da Pólvora e no ano de 2020, a Inglaterra se forma como a maior potência do planeta já que os EUA deixaram de ser uma grande potência por conta de uma guerra civil, porém mesmo sendo uma grande potência, um regime fascista e totalitário é instaurado no país e uma onda de repressão violenta é imposta, fazendo com que os cidadãos chamados de "indesejáveis" sejam perseguidos e mandados para campos de concentração. Esses "indesejáveis" eram homossexuais, opositores políticos e outros "inimigos" do estado, perseguidos, presos e até mortos por conta de suas ideologias, e é aqui que o enredo do filme verdadeiramente se inicia. Em uma noite comum, uma mulher chamada Evey Hammond(Natalie Portman) anda pelas ruas de Londres e é abordada por membros da polícia secreta do governo, os quais tentam estrupa-la. No último minuto, um homem com uma máscara do rosto de Guy Fawkes aparece e salva Evey, ele é apresentado para ela com o nome de V(Hugo Weaving) e naquela mesma noite V começa uma onda de atentados terroristas contra o governo totalitário da Inglaterra, com a previsão de que no dia 5 de novembro a missão pendente à 415 anos atrás seja finalmente concluída.


Talvez a maior mensagem que V de Vingança tenha a oferecer é a seguinte frase do protagonista: "O povo não deve temer o seu governo, o governo deve temer o seu povo." , frase essa que é repercutida no mundo inteiro como ideal anárquico político. V de Vingança é um filme de graves críticas aos sistemas de governo modernos, mostrando o quanto o povo pode mudar seu país caso ele lute por um ideal. Além disso, é um filme que nos mostra a realidade opressora e preconceituosa que muitos grupos sociais vivem atualmente. A mensagem do filme foi tão forte que atualmente grupos libertários usam as mesmas máscaras de Guy Fawkes que são apresentadas no filme, representando o ideal de luta de V e de Fawkes. O filme trata a figura de V como um ideal, sem nome, sem passado e sem rosto, representando que ele poderia ser qualquer um. 


A tecnologia apresentada no filme é esplêndida, os efeitos especiais e as cenas visuais são muito bonitas e muito bem feitas, retratando momentos de luta social, opressão e tristeza. A fotografia também é muito bem apresentada, a trilha sonora não é original mas consegue se encaixar perfeitamente no filme. Além disso, o filme faz grandes referencias à cultura pop e a obras clássicas, que no universo de V de Vingança foram proibidas pelo regime fascista.


V de Vingança é um filme tanto amado quanto odiado, seus ideais que foram apresentados aos países de regimes totalitários disfarçados foram bastante criticados. Muitos que são contra o ideal anárquico do filme também fizeram sérias criticas, mesmo assim o filme fez um sucesso absoluto e ganhou criticas bastante positivas por grandes cineastas. Atualmente, o filme é citado como a maior obra contra a opressão da atualidade, e um dos grandes filmes do novo século. Com toda certeza, V de Vingança é uma obra prima que deve ser vista e analisada por todos.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Sugestão de Leitura: As Intermitências da Morte, de José Saramago


Olá amigos, hoje trago para vocês uma sugestão de leitura que analisarei criticamente também, o livro em questão é As Intermitências da Morte de José Saramago, espero que gostem já que esse foi um dos livros que mais me fez refletir sobre a vida.

O livro começa com uma célebre frase: "No dia seguinte ninguém morreu", e é com essa premissa que os primeiros capítulos do livro são contados. A história de Intermitências é contada em um país fictício, onde a partir do dia 1° de Janeiro ninguém consegue morrer. No início, todos se vangloriam por morar em um país onde todos são imortais, mas pouco tempo depois, graves problemas sociais ocorridos por esse fator vão sendo desencadeados e logo se tornam uma bola de neve, onde o que era pra ser uma benção se torna uma terrível maldição.

Saramago faz uma crítica pesada aos valores da sociedade moderna que é por muitas vezes pautada pelo excesso de doutrinas, feitas por pilares sociais como a religião, o governo e a economia, pilares esses que no livro, a partir do dia 1° de janeiro, vão a decadência até ruírem completamente. Outra questão apresentada por Saramago é a reflexão existencial do ser humano, já que todos nós almejamos a vida eterna. Todavia, em Intermitências nos é mostrado o outro lado da imortalidade, ou seja, como um desejo comum pode se transformar em um grande problema. O livro trás uma reviravolta surpreendente em seu meio, e trás um final excelente, com uma grande reflexão.


A linguagem é simples, mas é leitura é bastante complexa, já que se trata de uma obra de Saramago, onde não existem pontos de interrogação, exclamação ou travessões para separar as falas dos personagens, elas são separadas por pontos finais. Os personagens não tem nome, apenas cargos ou alcunhas, mesmo assim é apenas uma questão de costume, e rapidamente você consegue se habituar a seu estilo de escrita. Intermitências é um livro com uma premissa simples mas com consequências bastante complexas, é o meu livro preferido de Saramago e uma ótima leitura para todos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Crítica: Pulp Fiction (1994)


Olá amigos, estou trazendo mais uma crítica para o blog, o filme analisado dessa vez é o grandioso Pulp Fiction - Tempo de Violência, de um dos maiores mestres do cinema atual, Quentin Tarantino.

O filme se inicia de forma confusa, mostrando uma prévia de um assalto em uma lanchonete que está por vir, logo depois conhecemos dois dos protagonistas da trama, Vicent Vega(John Travolta) e Jules Winnfield(Samuel L. Jackson), dois mafiosos que estão prestes a cometer uma série de assassinatos em busca de uma suposta maleta, essa cena na minha opinião, a mais memorável de todo o filme. No próximo capítulo do filme, é apresentada a próxima protagonista do filme, Mia Wallace(Uma Thurman), esposa do chefe de Vicent e Jules, na qual sai com Vicent a mando do seu esposo. No arco seguinte, é nos mostrado o último dos protagonistas: Butch Coolidge(Bruce Willis), um pugilista que acaba por aceitar uma proposta feita pelo chefe da máfia.

A palavra que melhor define Pulp Fiction é futilidade. O filme é fútil ao extremo, mas isso não é um fator ruim, pelo contrário, a sua simplicidade é o porque do filme ser uma obra de arte, pois mostra um olhar diferente para um filme de ação. O próprio nome do filme é uma referência as revistas Pulp, que mostram uma quantidade excessiva de violência gráfica, humor violento e personagens danificados psicologicamente, e é assim que a história vai se procendendo. O filme é uma dura crítica à sociedade americana e aos filmes clichês de ação do passado, que colocavam um ideal de heroí americano, quando na verdade sua sociedade é da forma como é mostrada em Pulp: Os “Heróis” da trama são pessoas comuns, hipócritas e maquiavélicas.

Um dos pontos altos da história é como ela é contada, em Pulp Fiction o enredo segue uma narrativa não-linear, ou seja, não existe começo, meio e fim, todo o filme é como um quebra-cabeças que só pode ser completamente montado no seu final, onde por sinal a compreensão da história só se dá na última cena do filme. Outro diferencial do filme se comparando à outros filmes de Tarantino é a profundidade que é mostrada nos protagonistas. Em Pulp, os personagens parecem ser simples no início, mas ao longo dos capítulos se mostram bastante complexos emocionalmente, sendo muitas vezes, inconstantes em seu humor, destaque para o personagem de Samuel L. Jackson, que é na minha opinião, a sua melhor atuação.

A trilha sonora é excelente, mesmo não sendo original, se adequa bastante as situações tanto alegres, quanto as de pura adrenalina e tensão. Os efeitos especiais são mínimos, pois o objetivo é que o filme pareça uma história real, mas além disso são bons. Pulp é um filme que parece simples, mas é bastante complexo e que é analisado e estudado por diversos cinegrafistas no mundo todo. O filme que consagrou a carreira de Tarantino e mostrou para o mundo sua genialidade e que concerteza ficará imortalizado na história do cinema. 

Primeira crítica: Psicose (1960)


Para começar com o pé direito, porque não começar com um dos maiores clássicos do cinema ? Psicose é um filme de 1960, dirigido por nada mais nada menos que o fabuloso Alfred Hitchcok, que na minha opinião é um dos maiores diretores que já pisaram nesse planeta.

O filme se inicia com o que chamamos de MacGuffin, um recurso criado pelo próprio Hitchcock no qual consiste em criar um pretexto para que a história possa se desenvolver, no caso de Psicose, o roubo de milhares de dólares feito por uma secretária chamada Marion Crane(Janet Leight) por pura ganância e tendo consciência do seu crime a personagem começa a entrar em estágio de psicose. Suas suspeitas sobre todos se tornam cada vez mais intensas e cada vez o sentimento de culpa cresce, mesmo assim, ela não volta atrás. Depois da fuga, Marion acaba se hospedando no Motel Bates, onde conhece Norman Bates(Anthony Perkins) um homem com hábitos misteriosos, anti-social e que mora com a mãe doente. Mesmo assim tudo parece ser normal no motel e Marion se hospeda nele. A partir da fuga de Marion, sua irmã Lila(Vera Miles) e seu amante Sam Loomis(John Garvin) começam a investigar o Motel Bates e é ai que a história se desenrola.


Os efeitos sonoros para a época eram esplendidos, e a fotografia belíssima, é impossível se comparar com a tecnologia atual mas para a época foi usado o que tinha de melhor, apenas o efeitos especiais do filme que deixam a desejar, já que muitas vezes não existe a noção de profundidade. As cenas de assassinato também não são bem apresentadas, porém são plausíveis, uma vez que mesmo não mostrando a hora exata da morte, Hitchcock deixa a entender a forma como foi feito o assassinato. Com a exceção da cena da banheira, que por sinal foi uma revolução no mundo do cinema pelo nível de violência excessiva para a época e uma das maiores cenas de todos os tempos.


O enredo de Psicose é superficial no começo, mas ao longo da trama vai se intensificando e se tornando bastante complexo, a ponto de o final ser um dos finais mais extraordinários já criados para um filme de terror. A insanidade e a própria psicose são pontos chaves para o total entendimento do filme e esses dois são retratados de formas geniais por Hitchcock, que mesmo em uma época com tantas limitações conseguiu fazer uma obra clássica e brilhante. Psicose é também o primeiro filme que mostra um serial killer em sua essência, abrindo portas para diversos filmes sobre este tema.


Vencedor de diversos prêmios pelo mundo inteiro, Psicose é um grande clássico que transformou para sempre a história do cinema por seu nível de violência, sexualidade e ganância, além de um enredo bastante complexo, assim se firmando como o filme mais famoso de Hitchcock e um dos seus melhores.

Luz, Câmera, Ação !

Olá amigos, meu nome é Victor Lopes e esse é o Cinema, Café e Coisas, meu blog pessoal. Aqui minha ideia é fazer críticas construtivas sobre filmes, livros, seriados, etc. O que escreverei aqui será minha humilde opinião como um amante de cinema e de literatura, comentários construtivos serão bem vindos e discussões com argumentos plausíveis também. Procurarei postar novas coisas diariamente, entre críticas, dicas, opiniões e análises. Obrigado, espero que gostem e Bon Voyage ^^